



A HISTÓRIA DE TODOS NÓS
América Latina e Caribe
Em tempos de emergência climática, as evidências da comunidade científica e do cotidiano de diferentes povos do mundo apontam para tensões significativas em vários sistemas essenciais para a Humanidade - em especial a inter-relação entre os recursos básicos: energia, água e alimentação. É certo que as mudanças climáticas pressionarão ainda mais essas relações.
Este projeto documenta a crise climática na perspectiva da história e da geografia. A identidade de um povo não está dissociada da cultura, da política, do processo histórico e do lugar. Precisamos entender como a geografia está na ordem do cotidiano, por isso, é importante um registro de imagens que é um repositório de memórias humanas. Da condição humana. Como obtemos água, energia e alimentos em cada lugar e como essas práticas se conectam regionalmente e globalmente?
As tensões significativas entre estes sistemas-chave irão aumentar. O chamado "nexo de estresse" está sob maior pressão com a crise climática causada pelas atividades humanas na Terra e que define um período conhecido como Antropoceno, em que a capacidade técnica de transformação da natureza ganha proporções tão profundas que contribui para o estresse que as imagens já conseguem revelar. “Pode-se dizer que a totalidade da superfície da Terra é compartimentada, não apenas pela ação direta do homem, mas também pela presença política. Nenhuma fração do planeta escapa da sua influência”, Milton Santos, geógrafo, 2004.
Este projeto é uma exploração documental e artística. Um projeto de longo prazo, que está em andamento – assim como os resultados e os impactos das mudanças climáticas – e que visa pesquisar, testemunhar e documentar uma questão importante em tempos de emergência climática: a relação entre o ser humano e a geografia, isto é, clima, recursos naturais, fronteiras, fontes de energia, alimentos, identidades culturais, economia e espaço, em um momento de transição complexa que também se reflete na vida cotidiana, especialmente de pessoas que sofrerão com as mudanças climáticas antes que possam se adaptar. Histórias de ruptura, de perda de referência geográfica e cultural, mas também de busca pela sobrevivência e de resiliência que se nega a abandonar a terra, o território-abrigo de muitos, como também afirma Milton Santos. Dos povos que habitam e dão significado às paisagens e que também vivem um cotidiano já abalado pelos desdobramentos das mudanças climáticas. A questão temporal ganha relevo, porque se trata de um passado de exploração da natureza em nome do lucro, que está na ordem do cotidiano presente e que aponta possibilidades de futuro. Quanto tempo temos para corrigir nosso destino? Se a experiência humana é que constrói o tempo, como foi demonstrado por Eric Hobsbawm, então mudanças positivas já devem ser visíveis hoje e aprender com esses povos a partir da relação de simbiose que estabelecem com a natureza é um caminho de reflexão e de ação que as fotografias podem contribuir ao dar visibilidade a esses processos.
Desde janeiro de 2018, viajo pelo continente documentando esse relacionamento. São imagens simples e, ao mesmo tempo, densas: um homem colhendo madeira, meninos brincando em um rio na Amazônia, um vasto deserto, exploração de carvão para geração de energia, novas fontes de energia, agricultores expandindo a produção, o fluxo espacial de migrantes, trabalhadores desmatando florestas ao sabor da conjuntura da economia global, de migrantes rurais que sonham com as cidades cujas histórias desconhecem, etc. Experiências de todos os tipos, a nossa história com a nossa geografia.
Espero que o resultado deste projeto seja usado para fins antropológicos, sociológicos, econômicos, geográficos, históricos, estéticos e pedagógicos que possa ser visto em um mapa, como um atlas a ser aberto e explorado. Espera-se uma produção massiva (atualmente, tenho mais de 300 fotos selecionadas). Espero concluir este projeto em dezembro de 2020.

MAPA

INFOGRÁFICO


PARCERIAS
O projeto Stress Nexus é apoiado por doações e iniciativas pontuais.
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O Pulitzer Center on Crisis Reporting é uma organização de notícias premiada e sem fins lucrativos que se associa a jornalistas e redações para apoiar relatórios detalhados sobre questões globais críticas para educar o público, promover soluções e melhorar vidas. O vídeo abaixo é uma rápida introdução à nossa história e missão.
Occasional supports

A Seagate é líder global sem soluções de armazenamento de dados, desenvolve produtos incríveis que permitem que pessoas e empresas de todo o mundo criem, compartilhem e preservem suas gravações e dados comerciais mais importantes. A Seagate fornece o equipamento de armazenamento de dados do projeto Stress Nexus.
Indústria de processamento de resíduos e subprodutos da indústria de carne em matérias-primas para produtos destinados a outras cadeias produtivas. Produzir novos produtos e aperfeiçoar os existentes com novas tecnologias, sempre respeitando o meio ambiente e os indivíduos.
Logistical and strategic support

A Fundación Imagen de Chile é a organização responsável por promover a imagem do Chile em todo o mundo, o que faz através da marca nacional. É uma entidade estatal criada em 2009 por uma iniciativa do governo.
O Instituto Antártico Chileno (INACH) cumpre com a Política Nacional Antártica, incentivando o desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e inovadoras na pesquisa antártica, seguindo cânones internacionais, participando efetivamente do Sistema do Tratado Antártico e de fóruns internacionais, fortalecendo Punta Arenas como uma porta de entrada para o Continente branco, realizando ações e divulgação e avaliação do conhecimento antártico na comunidade nacional, e assessorando a autoridade em assuntos antárticos.

SOBRE

Marcio Pimenta (Brasil, 1975) estudou economia na Universidade de Salvador e doutorado em Estudos Americanos na Universidade de Santiago do Chile antes de migrar para a fotografia. Viajou pela América Latina e parte da Europa (Inglaterra, Espanha, França e Portugal) para estudar conflitos, questões humanitárias e tragédias ambientais. Em 2014, cobriu a maior tragédia ambiental da história do Brasil. Em 2016 e 2017, foi ao Iraque para cobrir a guerra contra o Estado Islâmico. Seu trabalho foi publicado pelas revistas National Geographic, Rolling Stone, The Guardian, El País, DIE Zeit, Public Radio International, entre outros.
Em 2016, recebeu o Prêmio Petrobras de Jornalismo por seu trabalho para a National Geographic sobre a crise da água no sudeste do Brasil. No mesmo ano, também recebeu o Prêmio Massey Ferguson de Fotojornalismo. Foi um dos jornalistas mais premiados do Brasil em 2016.
Atualmente, mora no Brasil e dedica-se a projetos e atribuições individuais.
Bolsista Pulitzer.
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